sábado, 26 de maio de 2012

Diário de Bordo: Urbano Santos - belas paisagens, apesar dos crimes ambientais

No último dia 23 de maio, a equipe da SMDH esteve no município de Urbano Santos, e lá realizou visitas e levantamento de informações com 03 comunidades de posseiros tradicionais: Santa Maria, Baixão dos Loteros e Bom Princípio. As duas primeiras, comunidades próximas da sede (cerca de 20 minutos). A verdadeira "aventura" foi a chegada à comunidade de Bom Princípio, já no limite com o município de Santa Quitéria.

Ainda na cidade de Urbano Santos, um flagrante de improbidade administrativa da atual gestão municipal. Um complexo esportivo foi construído com recursos próprios, para atender à população da cidade. Até aí, tudo bem. O problema é que o referido complexo esportivo foi batizado com o nome do atual gestor municipal, que resolveu se homenagear. Segue abaixo fotos do flagrante:


A viagem segue a caminho de Bom Princípio. 02 horas para percorrer cerca de 48 km. Dois terços do caminho feito em estradas vicinais com péssimas condições de trafegabilidade. No período chuvoso normal,  veículos com tração 4x4 são fundamentais. Em várias partes do caminho, atravessamos vário igarapés e pequenos rios, sem pontes. Coincidência ou não, a parte mais conservada das estradas vicinais em muitos municípios dessa região são as que levam às fazendas que cultivam em larga escala o eucalipto e a soja. São as empresas privadas que realizam uma tarefa que cabe ao Poder Público. Exemplo de como os gestores desses municípios enxergam o "progresso e desenvolvimento" trazido pela vinda desses grandes projetos. Abaixo, um pequeno vídeo que mostra as condições de um trecho da estrada, e o balanço do veículo:



Durante o trajeto, o contraste da vegetação é impressionante. No primeiro trecho, monocultura do eucalipto é dominante. Vegetação nativa foi desmatada para dar lugar a esta planta exótica, cultivada, hoje, para a produção de pellets pela empresa Suzano Energia Renovável, empresa pertencente ao Grupo Suzano, holding internacional. Hoje, as árvores penas crescem, sem qualquer outro tipo de serviço por parte da empresa, tendo em vista decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira região, que suspendeu liminarmente o licenciamento ambiental realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, transferindo esse poder ao IBAMA.



Quilômetros à frente, uma paisagem natural, ainda preservada pelas comunidades que resistem ao processo de invasão por parte da Suzano. Riachos e igarapés de água cristalina, que revelam o verdadeiro esplendor do cerrado do Baixo Parnaíba Maranhense. São imagens como as que seguem e os contatos com as pessoas simples, mas de coração enorme, das comunidades que fazem essa luta valer (e muito) à pena.




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